Dores e Desejos e uma reflexão

Quais são as dores e desejos das pessoas que convivem com você? De seus familiares ou até mesmo equipe de trabalho? Faço essa pergunta pois isso também vale muito para a educação. Algo que todo líder e um(a) educador(a) é um(a) líder precisa compreender é responder essas questões dos seus liderados (estudantes) ou até mesmo dos membros da sua família (filhos)!

Muito me impressiona quando dentro de uma organização (seja ela com fins ou sem fins lucrativos) os líderes da empresa não conseguem “perceber” a sua equipe. Isso também vale para os professores ou educadores que na “cegueira” de trabalhar começam a ser reféns do conteúdo sem antes “entender” seus educandos.

Ora, todos nós temos dores e desejos e tanto de forma individual ou coletiva convivemos com isso. Para um educando estudar pode ser uma dor enquanto conversar com o amigo do lado o seu desejo! Como o educador ou fazer este equilíbrio, afinal não é uma conta matemática e sim pessoas!

Creio que o primeiro passo para resolver esta questão é estar sempre atento(a) sobre seu grupo, com um “olhar” de fora. Colocar os pontos no papel fará com que você perceba seu grupo.

O segundo passo é o não julgamento. Cada um tem uma fase e está passando por uma fase na vida, cada pessoa tem uma necessidade específica, cada ser humano passa por um contexto. Eu querer julgar sobre o meu “olhar” o outro é perder informações e não analisar. E um líder ou educador precisa ter isso sempre em mente.

Colocado no papel as dores e os desejos do grupo ou de alguém em específico é fundamental, o terceiro passo,  que chamo de “alinhamento” O papel do educador, do líder do grupo é trazer a diretriz com o grupo. O desejo é conversa, o desejo é não pensar, as dores é estudar, é ficar em silêncio, ok! Isto faz “parte do jogo”! Mas (sempre tem o mas) é fundamental que o educador compreenda e fale qual é a direção. A diretriz dita com entusiasmo, com crença, com coragem tira a “poeira” do grupo. Por isso da liderança educativa que o profissional precisa ter. Muitas vezes vemos isso em empresas, colégios e ONGS. Valores! Mas isso fica na parede, no slide, no banner e não é dito e repetido pelo líder!

O alinhamento e a revisão para onde vamos!  Mesmo com as dores haverá crescimento pessoal e coletivo para alcançar mais rápido os desejos do grupo. Isso tem que ser dito, toda hora, todo momento para mostrar ao grupo que você educador compreende seus desejos e dores mas o esforço é necessário

Resumindo, caberá ao educador trazer esse poder de união ao grupo (condensar), mostrando caminhos que levem o crescimento coletivo. É necessário mostrar desejos coletivos e dizer e sentir as dores do grupo para crescer.

Sendo assim, cada aula, cada encontro, cada dia de trabalho é um “passo” para crescimento e desenvolvimento, afinal é este o papel da educação.

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Já dizia Francis Bacon: conhecimento é poder

Creio que todo grande professor(a) e educador(a) quer transmitir seus conhecimentos, sejam eles de forma científica através do conteúdo que leciona, ou trabalhando os aspectos morais para seu educando, independente da idade.

Sendo este o grande papel da educação, desenvolver pessoas o profissional da “educação formal” ou da “educação não formal” assim o faz. Mas, ao trazer um método de trabalho (tempo de aula, pesquisa e planejamento do conteúdo, forma didática de transmitir o conhecimento, avaliação dos educandos, etc) o(a) educador(a) começa a ficar “preso” no método e esquece o principal: desenvolver pessoas.

Ficando “preso” na forma de trabalho (afinal, todos educadores precisam cumprir a agenda), e levados pela rotina adulta do dia a dia, os profissionais da educação (formal ou informal) começam a perder a sensibilidade e esquecem de analisar contextos econômicos, culturais, familiar, intelectuais e emocionais dos seus educandos.

A falta desta análise do educando traz consequências que geram atritos. Levado pela “cegueira” do método o(a) educador(a) pode muitas vezes cometer o violência institucional com crianças e adolescentes.

Muito importante que a Instituição Educacional (pode ser o colégio, escola, CRAS, CREAS, Acolhimento Institucional, ONG, etc) faça paradas para essas analises junto aos educadores sobre seus educandos.

O papel da coordenação (direção) e equipe técnica é fundamental para os profissionais da sala de aula. Passando informações importantes sobre o grupo de trabalho, ou situações específicas o(a) educado(a) pode ajustar seu método de trabalho.  Rubem Alves cita: “Não se pode entender o processo educacional, na sua totalidade, se não levarem em conta fatores de ordem biológica (criança com fome não pode aprender bem, nem criança doente, nem criança marcada), psicológica, social e política”

A ideia não é dar uma aula exclusiva para cada educando, longe disso. Não há tempo, espaço e condições para tal. Mas sabendo da realidade das crianças e adolescentes protegidas pela instituição o educador pode fazer ajustes do conteúdo, e forma de trabalho para o grupo a ser trabalhado.

O método de trabalho é uma regra, mas tem que ser aplicável dentro de um contexto que colabora para o desenvolvimento do educando, e não simplesmente fazer e consequentemente a criança ou adolescente que se ajuste aquilo que é “dado”

Por isso o(a) educador(a) não pode ser “neutro” sem antes saber para quem e com quem esta trabalhando e ajudando a desenvolver. Entrar em uma sala, pátio, ginásio e aplicar ou “derramar” seu conteúdo não necessariamente acontecerá o processo educativo. Isso pode levar tanto educandos e o(a) próprio(a) educador(a) a frustração.     

Veja, caro(a) educador(a) estamos falando de estratégia! Uma boa estratégia educativa vai depender das análises sobre seus educandos. Francis Bacon já dizia: conhecimento é poder!  

E que poder é esse? O poder de desenvolver e transformar as crianças adolescentes e até adultos que passam pelas “mãos” do(a) profissional da educação (formal ou informal).

Sendo assim, o método com uma soma de análises do grupo pode ser assertivo e ajudar o sucesso profissional.

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Perseverança, algo fundamental para os dias atuais

A vida é cheia de “curvas” e situações que as vezes não controlamos. Por mais que a pessoa seja planejada, ou que goste de programar a vida ou situações (e isso é fundamental), nem sempre temos controle.

A palavra perseverança vem do latim “perseveratia” que significa: constância, prolongamento.

Há muitas pessoas que também apenas vivem, sem saber que “rumo tomar” na sua própria caminhada, e assim ficam “vulneráveis” nos problemas da vida, afinal, falta “sentido de vida”.

Por isso, algo muito importante para os dias de hoje é a bendita perseverança.

Perseverança é uma energia interna de não desistir de algo, ou de alguma situação que você passa na sua vida ou de um ou mais objetivos que você tenha. Lembre-se: não desistir de algo.

Muitas vezes diversas situações (família, economia, relacionamento, saúde, etc.) faz com que você tenha vontade de desistir, de deixar de lado seus objetivos, sonhos e desejos.

Por isso uma pessoa que tem perseverança é aquela que decide algo, (algo que seja possível) e não desiste devidos as situações adversas. E como produzimos essa energia interna? Mentalizando as melhores perspectivas de chegar aonde você quer, independente da situação atual. Se ficares observando e focado(a) na situação problema, você trava e para ou desiste. Mas se na situação problema, conseguires ver “lá na frente” os melhores cenários a energia interna (a perseverança) te guiara como um “fogo” na “escuridão”. Por isso quem persevera é uma pessoa concentrada em algo maior, vendo a realidade atual, mas entendendo que o atual é apenas uma “passagem” para algo maior.

Agora que você sabe o que é perseverança, na sua vida, o que você precisa perseverar? Qual situação estas vivendo atualmente que precisa “sair” para algo melhor? Lembre-se que que é para perseverar é importante sair do ponto A para o ponto B. Qual é esse ponto? O que queres? Quais são suas habilidades ou talentos? Busque um objetivo, se tens, ótimo é ali que irá perseverar.

Vale lembrar que como a perseverança é algo interno, você persevera por você. Não consegues perseverar pela vida do outro, por mais que este outro seja alguém da sua família, ou seja, alguém que você ame.

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Decisão: pode parecer difícil, mas é libertador

Nem sempre decidir é fácil. Muitas pessoas tem desejos de mudança, de ter uma vida melhor em vários aspectos, mas poucas “ousam” decidir mudar. Realmente compreendo isto quando olho para minha vida e das pessoas que me cercam.

Primeiro que para decidir você precisa saber o que quer. Qual é o ponto “B” que você quer chegar? Ai abrimos uma outra “aba” que é sentido de vida, que podemos escrever em outro momento. Sim, uma coisa vai “puxando a outra” não tem jeito. Mas voltando para a questão de decidir é preciso saber o que quer, ou até mesmo o que não quer.

E tomar uma decisão é um processo muito solitário, talvez por isso muitas pessoas gostam de seguir ordem, ora porque foram acostumadas a isso desde crianças, ou porque a não decidir e a seguir a ordem podem colocar a culpa em outra pessoa. Sendo assim, decidir é solitário porque depende de você e nada mais. Assumir os riscos, sair da zona de conforto, fazer renúncias que podem inclusive mexer na vida da família ou amigos, enfim…

No livro Gigante Interior de Tony Robbins o autor coloca que decisão vem do latim “de” que significa origem e “caedere” que significa cortar. Logo decisão seria “cortar na origem” Sendo assim: o que você precisa cortar na origem para sua vida ter sentido e você progredir?

Eu particularmente tenho a certeza que isso é libertador. Ouso a dizer que eu tenho que aprender a tomar decisões e você? Se ficar claro para nós (eu e você que lê este texto) que decisão é “cortar na raiz” aquela situação, aquela postura ou atitude, aquele tipo de pensamento que gera um sentimento desagradável isso com certeza trará crescimento pessoal, físico e espiritual.

Tomar decisões pode ser de início um desafio, mais torna-se libertador quando você é e sente-se o(a) dono(a) da sua própria vida. Sente-se vivo(a). Tomar várias decisões, “cortar na raiz” aquilo que te incomoda, e querer crescer e não ficar resmungando é o mínimo do merecimento que podes e deve ter na sua própria vida.

Quanto mais decisões fizer, mais tomará o “gosto” de crescer. Então? Já sabe o que vai decidir hoje? Tem clareza mental o que queres ou no mínimo aquilo que não quer que se repita na sua vida e que vem trazendo resultados ruins? Chegou a hora. Faça.

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A falta de compromisso com o Combate ao Trabalho Infantil 

Dia 12 de Junho não é somente o dia dos namorados. É também o dia de Combate Mundial contra o Trabalho Infantil e também a nível Nacional. 

Infelizmente muitos crianças e adolescentes continuam a sofrer uma violência grave e por vezes silenciosa que é o trabalho Infantil. Por um discurso que “trabalho é bom e dignifica” levamos para a infância é achamos “bonito” ver crianças trabalharem desde cedo. 

Mas criança tem mesmo o direito de educação, respeito e lazer garantido na Constituição Federal no seu artigo 227. 

A criança e o adolescente por estarem em Condição Peculiar de Desenvolvimento merecem ser protegidos sobre a questão do trabalho. Tanto que adolescentes só podem começar a fazer aprendizagem somente depois dos quatorze anos de idade conforme o artigo 60 do ECA. Tanto que a lei 8069/90 (ECA) deixa claro que o adolescente tem direito a profissionalização e não ao trabalho, entendendo que é uma “caminhada” a ser feita no mercado de trabalho e não puramente uma atividade para ganhar dinheiro.  

O corpo (desenvolvimento físico) ainda está se desenvolvendo, atividades pesada ou perigosas podem atrapalhar este corpo na fase adulta trazendo consequências graves no futuro. O cérebro da criança e também do adolescente está em formação. O nível de atenção, memória esta em progressão, ou seja, dependendo da atividade pode trazer consequências graves no presente. Segundo dados do Sistema de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde entre 2007 a 2017 cerca de 40.849 crianças e adolescentes sofreram acidentes, sendo que 24.654 acidentes foi de gravidade ou risco alto. (Amputações, Traumatismo, Fraturas, etc.) 

E como o poder público, o CMDCA e consequentemente a Rede de Proteção vem trabalhando o tema?  

Acreditamos que é fundamental seguir as diretrizes do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil traz. É fundamental organizar, debater e criar ações que discutam com a sociedade o tema e também promover junto aos próprios servidores do poder público 

O trabalho infantil diferente da violência sexual, não traz tanta comoção do poder público da sociedade, mas como viram neste texto traz resultados negativos na vida de crianças e adolescentes.

É fundamental termos um compromisso social com este tema na geração do presente. O primeiro passo promover o tema para maior reflexão da sociedade.

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Os cuidados no processo de escolha do Conselho Tutelar

Esse texto é voltado para os Conselhos Municipais da Criança e do Adolescente e gestões municipais que são responsáveis pelo processo de escolha do Conselho Tutelar.

Nestes anos atuando com a política da criança e do adolescente seja como defensor dos direitos da criança e do adolescente que sou, ou dando cursos e formações percebo que passa ano e sai ano algumas coisas não mudam na área da infância e do adolescente. O processo de escolha do Conselho Tutelar é uma delas.

É importante saber que a lei 14.344/22 (Lei Henry Borel) trouxe novas atribuições ao conselho tutelar alterando o artigo 136 do ECA. Sendo assim, ao fazer a formação dos candidatos isso deve ser levado em conta.

Será que candidatos bem preparados irão colaborar com a Rede de Proteção dos Direitos da Criança e do Adolescente? A resposta parece que sim, mas para tanto o CMDCA e a gestão pública deve se preocupar com o processo.

Listo alguns cuidados para a preparação dos candidatos ao conselho tutelar.

  1. CMDCA deixar claro o que é o Conselho Tutelar: muitos candidatos procuram se candidatar no processo de escolha achando que o conselho tutelar é apenas um trabalho qualquer. Que sua função é apenas “atender” famílias como se fosse uma padaria. É preciso deixar claro para os candidatos que a função existe um projeto de vida para os quatros próximos anos, e que eles defenderão vidas humanas de crianças e adolescentes que sofrem violência.
  2. Pouco tempo de preparação para os candidatos: muitos CMDCAs colocam uma formação de apenas 8 horas. Me responda com sinceridade: Será que em 8 horas os candidatos estão sensibilizados e dominando o Estatuto da Criança e do Adolescente e consequentemente as suas funções?
  3. Fazer uma formação com o “monte” de cidades: a idéia é boa! Economizar para os municípios! Mas o barato sai “muito muito” caro. E não é no bolso do prefeito ou prefeita. É na vida de uma criança e adolescente. Quando colocamos um monte de candidatos em uma sala de vários municípios temos muitas pessoas. É um curso por “atacado” o problema que vira um palestra e muitos candidatos não tiram suas dúvidas e nem são sensibilizados para suas funções.
  4. Uma prova exigente: a idéia da prova ajuda a qualificar, mas isso vai depender de duas variantes importantes: o tempo de preparação dos candidatos e o nível educacional deles. Então fazer uma prova super dificil para melhorar a próxima gestão do Conselho Tutelar pode se tornar um problema para o CMDCA, com poucos candidatos aprovados.
  5. Salário baixo: é quase uma lei de mercado. Paga pouco, a tendência é candidatos que estão para usar o Conselho Tutelar como um “bico”. A pergunta que quero fazer é: uma criança que sofre violência merece isso? Merece ter protetores da sua vida e integridade ganhando pouco ou usando o Conselho Tutelar pois “não consegue algo melhor”?

São esses pontos que o CMDCA deve refletir na hora de fazer um edital ao pensar o processo de escolha do conselho tutelar em seu município. Atenção! Cuidado, pois fazendo o mínimo “lá na frente” a rede de proteção da criança e do adolescente terá muitos obstáculos.

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Deixar marcas

Todo trabalho educativo deixa marcas. A pergunta é qual marca queremos deixar nas pessoas. Fico intrigado porque adultos perdem a sensibilidade na hora de educar e não conseguem compreender que o mais importante é desenvolver.

Claro que conteúdo é também fundamental para crianças e adolescentes. Mas como querer lecionar conteúdos com crianças precisando do básico que é atenção?

Somente através do carinho, ternura, atenção, oportunidades podemos cobrar esforço. Muito é que “vedem” uma idéia do altruísmo que você precisa “vencer tudo e contra todos” mas a vida não é assim.

Nascemos de uma barriga de uma mulher, e não de uma caverna no meio do nada para vivermos solitários afastando nossos medos. Precisamos um do outro, e isso deveria ser um princípio na vida social.

Por isso no trabalho educativo se faz necessário deixar marcas. Usando ciência, mas com muita humanização para potencializar e transformar vidas humanas.

Só deixamos marcas quando realmente nos preocupamos com pessoas, quando colocamos nossa energia mais pura que é o amor para desenvolver.

Grandes lideres que tivemos e temos e que transformaram a humanidade tiveram o amor como uma forma de conduta. O adulto tem que ser esse líder que transforma, esse líder que ordena com ternura, mas que sabe o momento de acolher e dar carinho.

Sendo assim, deixamos marcas quando cuidamos, quando exigimos esforço na dose certa, quando nos preocupamos, quando damos nosso testemunho, quando sorrimos e damos a nossa melhor versão com muita energia.

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Uma mudança de atitude na área da Criança e do Adolescente

Trabalhar com crianças e adolescentes parece ser muito fácil. Mas sabemos que educar e/ou intervir na vida de uma criança não é tão simples assim.

Se em pleno 2023 temos diversos erros de postura, de concepção e definição e de metodologias ao trabalhar com crianças e adolescentes, imagina no passado onde a criança e o adolescente não tinha voz e vez e nem um Estado que a protege-se.

Sabemos que a mudança de visão e de postura ao olhar os mais novos não é tão simples. Como cobrar de adultos uma mudança de postura, vontade e sensibilidade enquanto crianças não tinham esses direitos?

Por isso, uma mudança de procedimento se faz urgente!

A primeira mudança tem que ser a mudança ética. Não da mais para admitir a violência contra a criança e contra o adolescente como uma forma de educação (fala da família), violência institucional devido a pouca estrutura (fala do Estado) e a negligência da sociedade. Muitas pessoas apenas trabalham na área governamental ou não governamental e não se dão conta que é necessário mudar a sua ética pois isso pode salvar ou aniquilar vidas.

Se não mudarmos nossa forma ética de agir com crianças e adolescentes, infelizmente a violência continuará no mundo dos adultos. Ninguém nasce adulto violento.

Por isso entra uma segunda mudança. A mudança política. É preciso postura da família,  profissionais, políticos e empresários e ações de proteção da criança e do adolescente que estão em condição peculiar de desenvolvimento. Um aperfeiçoamento da forma de proteger crianças e adolescentes.

Não tão menos importante é necessário uma mudança pedagógica. A forma como nos relacionamos com nossos filhos e filhas. A forma como nos relacionamos com nossos estudantes ou com nossos educandos. A forma como escutamos uma criança precisa ser diferente.

Sem essas posturas diferenciadas não iremos avançar na proteção da criança e do adolescente e consequentemente os problemas sociais e econômicos irão continuar.

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Por uma verdadeira Medida Socioeducativa

Um trabalho pouco valorizado pela Rede de Garantia de Direitos e gestores municipais é o trabalho das Medidas Socioeducativas. Muitos municípios “oferta”  o serviço, sem fazer uma reflexão profunda sobre o que esta em “jogo”

Será que temos a dimensão que os adolescentes que cumprem medidas socioeducativas antes de violarem o direito de alguém teve seu direito violado, principalmente pela sua própria família? Ou que alguma vez a escola ou colégio “correu” com ele, pois não tinha paciência ou competência para lidar com suas tristezas ou carências?

Talvez seja isso tudo e mais um pouco, o fato é que a rede de proteção, passado 33 anos de Estatuto da Criança e Adolescente, não percebeu que o problema é grave e entregamos esses adolescentes para o “destino”

Sem pouco investimento na área, com rotatividade de profissionais, sem um Conselho Municipal da Criança e do Adolescente que debata e faça controle social do tema, muitas vezes apenas “atendemos” em uma sala, enquanto outros problemas como a “discórdia interna” dos Conselheiros Tutelares toma conta da Rede de Proteção, por exemplo! Aliás, fazemos proteção para quem?

Discutir, promover o tema e principalmente articular ações para busca de referências positivas devem ser prioridades! Os adultos da rede não podem abandonar o adolescente que já foi abandonado e violentado pelos pais.

O tema precisa ser debatido, eventos criados, números de atendimentos estudados, práticas e metodologias aplicadas, profissionais passarem por constante formação com “olhares” científicos diferentes.

Resumindo: é necessário ter vontade política para transformar vidas!

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O Conselho Tutelar tem autonomia, mas de que autonomia estamos falando?

O artigo 131 do Estatuto da Criança e do Adolescente deixa muito claro que o Conselho Tutelar é um órgão permanente, autônomo e não jurisdicional.

Apesar de este artigo ficar claro, muitas Redes de Proteção da Criança e do Adolescente,  conselheiros e conselheiras tutelares se equivocam quando o assunto é autonomia, passando até mesmo dos “limites” sobre suas atuações.

Quando a lei 8069/90 traz a autonomia quer dizer que o conselho tutelar terá autoridade (dentro das suas funções do artigo 136) para promover o ECA e zelar pela defesa dos direitos (proteção) desta criança ou adolescente.

Por ser um órgão que a comunidade escolhe (por isso o conselho tutelar não é um funcionário público, muito menos da assistência social) o conselho tutelar terá autonomia em suas decisões (sendo esta geralmente em colegiado entre os cinco representantes do conselho tutelar)

Sendo assim, o conselho tutelar não pode e nem deve receber intimidações ou ameaças de gestores, técnicos ou técnicas de secretarias ou entidades não governamentais, representantes da segurança pública ou representantes do legislativo ou judiciário.

Obvio que ninguém nasce sabendo, e erros individuais ou coletivos podem ocorrer deste órgão, mas o ECA no seu artigo 137 deixa bem claro que a decisão do conselho tutelar pode ser revista pelo órgão do judiciário, ou seja, somente o juiz ou juíza (e não o Ministério Público, muito menos a secretaria “X” da prefeitura) pode rever a decisão do conselho tutelar.

O problema é que muitos conselheiros e conselheiras “abusam” desta autonomia e por ignorância, “birra” ou má intenções fazem da palavra autonomia verdadeiros absurdos.

Um dos grandes atritos na Rede de Garantia de Direitos é que muitas vezes técnicos ou a delegacia, que não estudaram o ECA querem que o Conselho Tutelar cumpra aquilo que não é de atribuição ou o próprio Conselho Tutelar começa a fazer ou tomar ações usando de sua “autonomia” que não esta dentro da sua competência.

Conselho Tutelar não é órgão técnico! Por mais que possam ter cinco membros com graduação universitária, o órgão é de zelar e proteger e não de executar ações.

Quantas vezes nessa “caminhada” de proteção da criança e do adolescente vemos: Conselho Tutelar visitando casas para ver a situação da família? Ou dando “ordens” de como o responsável legal deve agir? Ou “tirando” a criança da casa (por ser uma suspeita de violência) e “depositando” a criança na família extensa? Ou indo ver a situação de higiene da família? Ou dando “bronca” em adolescente porque o mesmo não quer mais estudar? Ou não querendo ir para uma reunião de Rede pois estão “bicudos” com a equipe técnica da secretaria? Ou querer cumprir horários acordados em reunião de colegiado, “passando por cima” da lei e regimento interno?

Veja em todos esses casos (e olha que nem coloquei os mais esdrúxulos) isso não é autonomia. Autonomia é proteger, e defender. É aplicar as medidas protetivas do artigo 101 para crianças e adolescentes, aplicar as medidas 129 para pais ou responsáveis, solicitar e requisitar serviços públicos para proteção e outras ações do artigo 136. No Conselho Tutelar há limites que a lei traz e deve ser cumprido.

O mais importante é a comunicação do conselho tutelar na própria reunião do colegiado, quanto com membros da rede de direitos. Cuidar com as ações, e fazer dentro do que a lei estabelece para uma verdadeira proteção da criança e do adolescente. Fica o recado.

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